sábado, 26 de outubro de 2013

Um breve F5

Eu ando sumida do blog. Este ano, minha vida teve uma grande reviravolta. Minha amada avó materna sofreu um AVC em maio, e, infelizmente, ficou com muitas seqüelas importantes. Meu avô paterno, a quem minha avó cuidava, e que sofre do Mal de Alzheimer, teve um agravamento no quadro da doença. Eles são como mãe e pai para mim, pois me criaram desde bebê de colo até os meus dez anos de idade. Eu os amo muito, eles me ensinaram tudo o que eu sei e eu tenho estado envolvida nos cuidados com eles desde então. Felizmente, o pior já passou, mas é muito triste ver quem a gente ama sofrer. É uma dor dilacerante e uma sensação horrível de impotência. Porém, é preciso ser forte e seguir em frente sem desanimar, pois eles precisam de mim. Felizmente, também, conto com a ajuda da minha mãe, da minha tia e do meu tio mais novo, bem como de seus cônjuges. E, evidentemente, com a ajuda inestimável e incondicional do meu amado marido que mostra diariamente ser um verdadeiro companheiro e parceiro.

É o ciclo da vida: cuidar de quem cuidava de mim. E é impressionante como descobrimos uma força que nem sabíamos que tínhamos. Enfim, ambos estão precisando dos meus cuidados e eu os cuido com muito zelo, amor e dedicação, retribuindo todo o zelo, amor e dedicação que sempre tiveram comigo. E, lembrando o belíssimo texto de Carpinejar (leia aqui), eu posso dizer com orgulho e felicidade: eu estou aqui! E sempre estarei.

Tenho compartilhado as vivências e sentimentos sobre o que está acontecendo no meu perfil do Facebook por ser um canal mais imediato e também por ser um canal mais restrito. Mas senti que devia alguma breve explicação sobre a minha ausência por aqui… Para aqueles que lerem, peço que enviem ou sigam enviando boas energias e preces para que os meus amados avós sigam bem e tenham boa saúde porque eles merecem apenas o melhor.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Que grande tolice é a vida…

Que grande tolice é a vida... Não é justa e não faz o menor sentido. Que dor dilacerante sinto vendo sofrer quem tanto amo. É como se me cortassem a carne. É como se me rasgassem a alma. Uma ferida enorme que me transforma e que jamais permitirá que eu seja a mesma de antes. Se existe Deus, como ele pode permitir que uma pessoa tão iluminada, tão bondosa, tão generosa, tão caridosa, tão amorosa, tão pacífica, tão especial como minha vó sofra dessa maneira? Onde está esse Deus que ela sempre seguiu, honrou e venerou? Onde está Nossa Senhora, a Virgem Santíssima, que mais do que ninguém deveria proteger minha vó que é a melhor e mais amorosa mãe do mundo? Juro que tento manter a fé. Não sei se em Deus mas em uma energia superior que move o universo. Que seja dado o nome que se queira dar, não importa. Deve existir algo maior que nós. Rogo a essa energia superior, tenha o nome que tiver, que seja Deus, rogo que não permita que minha amada vó sofra. Ela não merece. Sim, sempre acreditei que nada nessa vida é por acaso e que tudo tem um propósito. Fico pensando, pensando, pensando, tentando entender o incompreensível e a única possibilidade que avisto para tal propósito é que minha vó, justamente por ser uma alma tão pura, tão generosa, tão bondosa, tão caridosa e tão amorosa, tenha escolhido passar por esse sofrimento para, mestra que é, ensinar uma lição a algumas pessoas próximas que necessitam desse ensinamento e que, certa e infelizmente, não o aprenderão pois assim o demonstram diariamente em suas atitudes e discursos. O amor que sinto por ela é imenso, incondicional e infinito e não permite que ela sofra. Seria egoísmo de minha parte e ela nunca me ensinou a ser egoísta. Devo a ela tudo o que sou, tudo o que sei. Me sinto despedaçada ao vê-la assim tão fragilizada. Ela sempre foi alegre, feliz, comunicativa, amorosa, ativa, nosso núcleo, nosso exemplo. Soube viver a vida, sempre se doando a quem dela necessitasse, sempre com um sorriso aberto no rosto. Nunca a vi reclamar mesmo diante da maior adversidade. Sempre aceitou de bom grado todos os desafios e soube deles tirar o melhor proveito. Sempre viveu nos ensinando. Sempre teve as palavras e os gestos certos para cada momento. Minha mestra, meu amor maior. Aqui estou, ao teu lado, como sempre estive. Porém, invertemos os papéis, hoje quem cuida de ti sou eu com a mesma dedicação e amor que tu cuidavas de mim quando eu era um ser pequenino. Cuido de ti com muito amor, muita gratidão, muita satisfação e muito orgulho. Sempre estarei contigo independente de onde estejamos porque eu e tu somos a mesma carne, a mesma alma, a mesma energia, o mesmo amor. Cuido do meu amado avô com o mesmo carinho e amor. Meus amados avós que tanto me ensinaram nessa vida, que tanto cuidaram de mim. Meus amados avós cujas mãos e pés me guiaram e me mostraram o caminho. Que me ensinaram e, mais do que isso, me mostraram o significado das palavras mais belas: amor, família, bondade, humildade, apoio, união, cuidado, zelo, amizade. Sempre estarei com vocês. O elo que possuímos é só nosso, é muito forte e especial porque é fruto do verdadeiro amor. É o nosso tesouro. É incomparável. E é essa ligação tão pura e bela que me conforta e me dá forças. Erciliany e Gezerino, agradeço por tudo, por todos os ensinamentos, por todo o nosso amor. Dói demais vê-los tão fragilizados, tão dependentes, mas vocês sempre terão o meu e o nosso amor.