sábado, 21 de abril de 2012

Na Vitrola: Cristina Branco

Depois de ouvir Coeur de Pirata na manhã desse sábado, passei ao fado. Eis uma bela viagem cultural, não?

Apesar de gostar muito do grupo Madredeus e da maravilhosa Teresa Salgueiro, minha escolhida foi Cristina Branco. A portuguesa que completa 40 anos em 2012 cantou pela primeira vez, de brincadeira, num jantar de amigos e não se considera fadista. Sua carreira teve início na Holanda, quando, durante uma série de concertos, gravou seu primeiro álbum em 1996. Apesar de ter sido a Holanda que lhe abriu as portas para o sucesso, Cristina logo se tornou conhecida mundo afora.

Em 2011, a cantora lançou seu décimo-segundo álbum, Não há só tangos em Paris, que é uma delícia de se ouvir. Ainda não consegui ouvir toda a discografia, mas pelo pouco que já ouvi, Cristina Branco está aprovadíssima. Carismática, versátil e dona de uma bela voz, passeia por culturas, estilos musicais e idiomas só para o nosso deleite.

Compartilho aqui a música título de seu último trabalho: Não há só tangos em Paris.

Gostou? Confira mais aqui.

Na Vitrola: Coeur De Pirate

Béatrice Martin, canadense de 22 anos, adotou o nome artístico de Coeur De Pirate para nos encantar com sua doce e melodiosa voz. Seu primeiro álbum, também chamado Coeur De Pirate, foi lançado em 2008 e é o que anda rolando na minha vitrola. Em 2011, foi lançado o segundo álbum da canadense, Blonde.

Desejando um excelente final de semana a todos nós, deixo aqui Comme Des Enfants, música gracinha da Coeur De Pirate! (O clip oficial é muito gracinha também!)

Para saber mais, visite o site oficial da cantora clicando aqui.

sábado, 14 de abril de 2012

Strike a pose!

William Klein nasceu em 19 de abril 1928 em New York City. Apesar de ter estudado sociologia, tornou-se um fotógrafo renomado e também produtor de filmes.

Klein, cuja família tem origem judaica, se juntou ao exército americano e serviu na Alemanha e na França durante a Segunda Guerra. Quando foi dispensado, em 1948, acabou por se estabelecer na França e estudou pintura abstrata e escultura na Sorbonne. Em 1952, teve duas exposições de sucesso em Milão. Conheceu, em uma de suas exposições de escultura, Alexander Liberman, diretor de arte da Vogue, para a qual fotografou entre 1954 a 1966.

Em 1966, dirigiu seu primeiro filme chamado Who Are You, Polly Maggo?, art movie que retrata o mundo da moda e seus excessos satirizando-o, e, desde então, dirigiu muitos outros, incluindo o documentário Muhammad Ali: The Greatest, de 1969. Como produtor de filmes, sua especialidade são os documentários. Klein também dirigiu mais de 250 comerciais de televisão.

Como fotógrafo, Klein é notável, especialmente por se utilizar de técnicas fotográficas não usuais e se especializou em fotojornalismo e moda. É considerado o 25º entre os 100 fotógrafos mais influentes do planeta. Além disso, é tido como um dos pais da street photography junto de nomes como o do suíço Robert Frank.

Apesar de não ter estudado fotografia, ganhou seu primeiro prêmio em 1957, o Prix Nadar, por New York, um livro de fotografias tiradas durante um breve retorno a sua cidade natal em 1954.

Em poucos dias, William Klein estará completando 84 anos e merece ser reverenciado pelo seu belíssimo trabalho. Suas fotografias de moda, na grande maioria tiradas para a Vogue, conseguem transformar imagens de consumo em verdadeiras obras de arte. Seu fotojornalismo registra com beleza e verdade o cotidiano da vida em diversas cidades do mundo.

A tagarela que vos fala rende aqui sua pequena homenagem a esse grande fotógrafo, compartilhando algumas belas imagens captadas por suas lentes.

William Klein Anouk Aimee Paris 1961

WK Pont Alexander III Paris 1960WK Times Square Mirror NY Vogue 1962

WK Club Allegro Fortissimo Paris 1990

WK Tatiana Mary Rose and Camels Picnic Morocco 1958

 

Guia de Imagens:

1. Anouk Aimee, Paris, 1961

2. Pont Alexander III, Paris, 1960

3. Times Square Mirror, New York, 1962

4. Club Allegro Fortissimo, Paris, 1990

5. Tatiana, Mary Rose and Camels, Morocco, 1958

Fonte: Wikipedia e Jackson Fine Art

terça-feira, 10 de abril de 2012

Releituras ou A Cirurgia Plástica Artística

Ainda pesquisando o tema tratado aqui, descobri um trabalho muito interessante de autoria de uma artista italiana chamada Anna Utopia Giordano.

Anna Utopia Giordano colocou dez das mais famosas Vênus da história da arte em dieta forçada para demonstrar a insanidade dos padrões de beleza que exigem corpos esquálidos. E, utilizando o Photoshop, realizou algumas cirurgias plásticas artísticas nas obras.

O resultado você confere nas imagens abaixo (clique nas imagens para ampliar).

1. Alexandre Cabanel – The Birth of Venus (1875)

1-alexandre-cabanel-the-birth-of-venus-1524670_0x440

2. Artemisia Gentileschi – Venere Dormiente/The Sleeping Venus (1625-30)

2-artemisia-gentileschi-the-sleeping-venus-81705_0x440

3. William-Adolph Bouguereau – The Birth of Venus (1879)

4-bouguereau-the-birth-of-venus-810479_0x440

4. Agnolo Bronzino – Venus, Cupid, Folly and Time (1545)

5-bronzino-venus-cupid-folly-and-time-314897_0x440

5. Jean-Auguste-Dominique Ingres – Venus (1848)

7-ingres-venus-373420_0x440

6. Tiziano – Venere di Urbino (1538)

8-tiziano-venere-di-urbino-398581_0x440

7. Velasquez – Rokeby Venus (1649-51)

9-velazquez-rokeby-venus-337843_0x440

8. Richard Westall – The Power of Venus

10-westal-the-power-of-venus-13976_0x440

9. Francesco Hayez – Venus (1830)

annautopiagiordanohayezvenus

10. Sandro Botticelli – La Nascita di Venere (1486)

botticelli-la-nascita-di-venere-151546_0x440

 

Fantástico! Fiquei imaginado o que a cirurgia plástica artística faria pelas Três Graças de Peter Paul Rubens, pintada em 1639, obra que eu adoro. Mas, certamente, elas não seriam as Três Graças se fossem esquálidas…

As-Tres-Gracas-Foto02

Como eu já disse antes, não se trata de um culto à gordura ou à obesidade, mas sim de uma crítica a um padrão irreal e insano de beleza que pode levar meninas e mulheres a doenças sérias como a anorexia. E também de fazer as pessoas refletirem, pois não há um único padrão de beleza e não é somente o magro excessivo que é bonito. Além disso, é uma discussão importante para liberar as mulheres com peso saudável, ou mesmo as mulheres gordas ou plus size, da discriminação e do preconceito que sofrem. Lembrando que, muitas vezes, o preconceito começa internamente na medida em que a própria mulher não se aceita e não se ama. Portanto, nunca é demais lembrar que o bonito é ter substância (corporal e intelectual) independente do tamanho que você vista.

E, por favor, não mexam nas Três Graças, ok?

 

Fonte: Vogue Itália

sábado, 7 de abril de 2012

Afinal, o que há de errado com os nossos corpos?

As imagens que mostrarei e o tema sobre o qual falarei não são nenhuma novidade (a reportagem oficial foi publicada em janeiro de 2012). No entanto, o assunto é sempre atual. E, como existe muito preconceito (que é um dos maiores males da humanidade), é preciso sempre provocar o debate e a reflexão. E é exatamente esse o objetivo da matéria publicada pela Plus Model Magazine.
Além das belas e chocantes imagens, protagonizadas pela modelo plus size Katya Zharkova, a revista traz fatos igualmente chocantes. Há vinte anos, as modelos pesavam cerca de 8% a menos do que as mulheres comuns. Atualmente, as modelos pesam cerca de 23% a menos. Muitas das modelos de sucesso possuem índices corporais que as enquadram como anoréxicas. Esse é um dado muito sério. Anorexia é uma doença horrível e muito grave. Como podem as mulheres perseguirem esse ideal de beleza?
Há dez anos, modelos consideradas plus size vestiam os tamanhos 40 a 46. Atualmente, as modelos plus size que trabalham para as agências publicitárias vestem tamanhos que vão de 34 a 42. Logo, para ser considerada magra, ou dentro dos cruéis padrões de beleza impostos, a mulher deve vestir um tamanho menor do que 34. Há alguma lógica ou racionalidade nisso?
Cinqüenta por cento das mulheres vestem tamanhos 42 ou maiores, mas a maioria das lojas comercializa tamanhos 42 ou menores. Isso nos faz concluir que há um abismo entre o que se idealiza e a realidade, o que é muito triste.
Se a sociedade continuar a ignorar esses fatos, a mudança nunca ocorrerá. E não basta dizer que essa insanidade é imposta somente pela indústria da moda ou pela mídia, pois todos somos responsáveis. Portanto, todos temos que refletir sobre a questão e tomar atitudes que demonstrem o nosso descontentamento e insatisfação com tamanha loucura.
Não se trata de fazer um culto à gordura, a questão não é essa. O que é imperioso que se faça é combater o culto à extrema magreza. Modelos cadavéricas, ao estilo pele e ossos, não têm absolutamente nada de bonito.
Bonito é ter substância (corporal e intelectual), independente do tamanho que você vista, e se aceitar. Quem se ama, se cuida e isso não tem absolutamente nenhuma relação com os ponteiros da balança.
Liberte-se da lavagem cerebral e do preconceito. Não tem nada de errado em vestir 40, 42, 44, 46, ou qualquer que seja o seu tamanho. Apenas cuide da sua saúde física e mental. E seja feliz!
Para quem entende inglês, sugiro a leitura da reportagem completa (leia aqui). Porém, mesmo que você não entenda inglês, as imagens falam por si.