quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pequenos e grandes

Assisti a uma entrevista muito interessante hoje. A entrevistada era a neurocientista americana Jill Bolte Taylor que sofreu um AVC em 1996, perdeu diversas habilidades e, por fim, após 8 anos, recuperou-as todas, estando livre de qualquer sequela. Jill compartilhou sua experiência no livro "Powerful Stroke of Insight" (em português: A Cientista Que Curou Seu Próprio Cérebro).
Após assistir a entrevista, como é de praxe com qualquer assunto que me interesse, parti em busca de mais informações, me utilizando da ferramenta mais popular e eficaz da internet - o Google, onde localizei uma reportagem publicada em dezembro de 2008 pela revista Veja (http://veja.abril.com.br/031208/entrevista.shtml).
Conhecer a história de Jill me fez pensar o quanto somos pequenos e grandes ao mesmo tempo. Pequenos porque somos frágeis e destrutíveis. Grandes porque somos admiráveis na capacidade de superação. Aliás, eu sempre digo que uma das belezas da vida é superarmos os obstáculos que se apresentam em nosso caminho, pois deles surgem o maior aprendizado e sabedoria.
Uma frase interessantíssima dessa grande mulher, dita na entrevista, foi: "Seja responsável pela energia que você leva às pessoas". Achei muito pertinente, pois muitas vezes agimos de forma irresponsável para com o mundo e nossos semelhantes. Essa idéia comunga com o meu já famoso pensamento de passar pela vida com consciência e responsabilidade.
De tudo isso, resta o seguinte: admitirmos que somos pequenos, frágeis e falíveis, bem como somos grandes, admiráveis e magnifícos. E, evidentemente, buscarmos o equilíbrio entre essas duas características para que não nos tornemos vítimas e nem seres arrogantes e prepotentes.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Dois

Não sou uma ciência exata
Nem sempre, para mim, 2 e 2 são 4
Não sou fechada, estou aberta
Sou flexível e não rígida
Não tenho medo de ousar
Mudar de opinião
Às vezes, sou tomada pela emoção
Outras, me entrego à razão
Não sou absoluta
Nada, na vida, é
Tudo pode mudar
A cada dia há um recomeçar
Posso ser obscena sim
E também profundamente recatada
Esse é o encanto que há em mim

Setembro/2001

Reflexão...

Fico pasma em ver como as pessoas se acovardam pela vida
Desistem de amar porque pode doer
Desistem de viver porque, um dia, vão morrer

Setembro/2001

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Má educação

Hoje, presenciei algo que muito me entristeceu. Um fato que me faz desacreditar a raça humana.
Estava no cinema e houve um problema com o alarme das salas de projeção, fazendo com que o filme fosse interrompido. Num primeiro momento, as pessoas pretendiam ir embora, com medo de que fosse um incêndio ou algo do tipo. Em seguida, apareceram funcionários do cinema, tentando resolver a situação. O que se seguiu foi lamentável: um show de gente mal educada, estressada, mal humorada e de mal com a vida. Essas pessoas que, estando no cinema, supostamente deveriam ser pessoas cultas, finas, educadas e elegantes, passaram a xingar os funcionários, proferindo palavras de baixo calão. Um absurdo total! Aqueles trabalhadores estavam tentando resolver um problema sobre o qual não tinham culpa, pois se tratava de um problema operacional, e tiveram que se submeter à agressão de sua integridade moral por um bando de animais (sim porque, infelizmente, não tenho outra palavra para descrever o público, pois nada tinham de civilizados). Palhaço e idiota foram os termos mais suaves utilizados. Fiquei horrorizada. Felizmente, algumas outras pessoas (poucas, é verdade) também compartilharam do meu sentimento. No final das contas, o filme voltou a ser exibido, mas, novamente, seguiram-se mais palavrões porque não houve paciência e nem forma adequada de relatar que era necessário retroceder o filme até o ponto onde havia sido interrompido. Alguns chegaram a bater no vidro do compartimento de projeção. E, pobres funcionários, mais uma vez aguentando todos os desaforos... Retrocedido o filme ao ponto correto, houve novo incidente. O rolo do filme embolou de tal forma que impediu definitvamente sua exibição. Um outro funcionário apareceu para explicar o ocorrido e garantir que as pessoas teriam seu dinheiro de volta ou um vale para assistir qualquer filme em qualquer outro dia. Mesmo assim, o trabalhador em questão ouviu mais alguns impropérios. Tudo o que me restava, já que eu não perderia a minha elegância e educação frente aquele bando de selvagens, era prestar empatia e solidariedade a esses trabalhadores, desejando boa noite e pedindo desculpas pelo péssimo comportamento das demais pessoas. No entanto, sinto que não foi o suficiente e lamento por ter presenciado uma cena como essa. E ainda dizem por aí que o povo gaúcho é o mais politizado e o mais educado do país... Lamentável... Felizmente, creio que se trate de um episódio isolado. Por fim, cumpre ressaltar que tudo isso aconteceu dentro da sala 4 do BarraShopping Sul, em Porto Alegre, na sessão das 21h10m, do dia 05/02/2009.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Esclarecimento

Declarei que sempre me conheci bem. Antes que me acusem de prepotência, tecerei algumas considerações a esse respeito.
Quis dizer que sempre busquei o auto-conhecimento. Ou seja, sempre me questionei, tentei entender o meu funcionamento e os meus processos, busquei olhar para dentro de mim, identificar meus sentimentos, mesmo antes de fazer terapia.
A escrita, incontáveis vezes, me auxiliou nessa caminhada.
Decidi passar pela vida com responsabilidade, como gosto de dizer. Afinal, uma vida não examinada não vale a pena ser vivida, com já diziam Sócrates, Platão...
Mas o que significa passar pela vida com responsabilidade? Bem, para mim, significa buscar o auto-conhecimento, saber quem sou, qual o meu lugar e quais são os meus objetivos, fazer o bem à natureza, ao planeta, às pessoas, ser educada, ser gentil, refletir, questionar, participar, colaborar, ajudar, reciclar... Enfim, tantas coisas...
Alguns diriam que sou uma chata. Culpa dessa mania de muito pensar sobre tudo. Paciência... Essa sou eu. E gosto de ser assim.
Creio, também, que a terapia tem papel fundamental. Sou defensora de que todos os seres humanos deveriam fazer terapia, de qualquer tipo. Vale aquela que faz bem à alma.
Acredito que o consultório do terapeuta é o lugar onde tudo pode ser dito, sem nenhum filtro. É o local apropriado, numa hora específica, para olhar para dentro de si. E estou certa de que tal mergulho poupa-nos e aos outros de algumas indelicadezas que poderiam ser cometidas apenas como válvula de escape.
Talvez por todos esses motivos eu pense muito sobre cursar psicologia... Quem sabe um dia...
Por fim, o que quis dizer é que sempre procuro me conhecer bem, dia após dia!

Idades...

Quando eu era criança, me recordo de querer muito ser gente grande. Claro que eu adorava a minha rotina infantil: brincar, brincar, brincar... Mas ser gente grande parecia ter um glamour tremendo.
Quando entrei na puberdade, tudo em que eu pensava era em fazer 15 anos! Nossa! Ter 15 anos deveria ser simplesmente uma maravilha! No entanto, nunca sonhei com festa de debutante e outras bobagens que cercam essa passagem. O que eu queria mesmo era ser dona do meu próprio nariz! Típica aquariana...
O tempo passou e os 15 anos chegaram e eu percebi que nada havia efetivamente mudado. Eu continuava a ser eu mesma. Com 15, o objetivo passou a ser ter 18 anos. Maioridade, carteira de motorista e todas essas coisas...
Os 18 chegaram e, para minha surpresa, eu continuava sendo eu mesma. Com mais vivência, está certo, mas apenas eu mesma.
Não tive nenhuma angústia para alcançar os 21 anos... Acho que um dos motivos para isso foi o fato de ter saído de casa muito cedo, ainda aos 18 anos.
O grande foco passou a ser os 25 anos! Mais uma vez, o tempo, como sempre, passou e, novamente, percebi que os números não importavam pois eu continuava essencialmente a mesma. É claro que a passagem dos anos acrescenta muita experiência às pessoas, mas creio que a essência permaneça, sendo enriquecida ano após ano. Não ocorre nenhuma fantástica alteração como, inocentemente, imaginamos. Mesmo ciente de tal situação, não posso negar que foi muito prazerosa a espera pelos 30 anos.
Tentei ler Balzac. A famosa Mulher de Trinta Anos. Confesso que não consegui terminar a leitura, mesmo sendo uma leitora voraz. Atribuo ao fato de Balzac, nessa obra, estar ultrapassado. A balzaquiana, hoje, poderia muito bem ser uma mulher de 70 anos.
Embora fazer trinta anos não tenha operado nenhuma modificação milagrosa, confesso que, enfim, me sinto muito mais "na minha própria pele". É uma sensação fantástica! Saber quem sou, o que quero, o que gosto... Não tem preço! Evidentemente, sei que viver é um eterno aprendizado e que o ser humano está em constante evolução. Não poderia ser diferente. Mas sinto que, hoje, tenho mais propriedade sobre mim mesma.
Esse sentimento não me impede de errar, mas me garante extrema confiança e segurança. Poderia chamar de auto-conhecimento também. Não que eu acredite que há uma idade específica para alcançá-lo e considero que sempre me conheci bem, mas é uma sensação diferente que talvez não se explique com palavras. Quem chegar lá, saberá do que falo.
Agora, estou prestes a fazer aniversário novamente. É um período em que, inevitavelmente, se faz um balanço sobre a própria vida.Vários questionamentos e reflexões vêm à tona.
(Um parênteses apenas para dizer que ainda não me adaptei ao novo acordo ortográfico e talvez nunca o faça, pois o considero a oficialização da ignorância...)
O que posso dizer é que me sinto satisfeita com quem eu sou e com as minhas conquistas. Convivo bem com as minhas perdas. Sei lidar com as minhas dores, e isso faz com que o meu sorriso surja facilmente. Em suma, sou uma pessoa satisfeita e feliz. E sempre em busca do meu caminho, da minha verdade e da minha felicidade, afinal essa é a incessável busca da vida de todos nós!
Se envelhecer me assusta? Não sei...Talvez porque ainda aviste a velhice muito ao longe, quase imperceptível, embora saiba que o tempo é impiedoso e passa muito depressa. Entretanto, um dos meus lemas é não sofrer antecipadamente.
Há um outro assunto que me assusta: a morte, mas deixo para tratar desse tema em outra oportunidade. Agora, esclareço apenas que o que me assusta sobre a morte é saber que não mais verei as pessoas e as paisagens que amo, embora acredite que possa interagir com elas de uma outra maneira, já que sou espírita por convicção... Bem, talvez eu precise de algumas sessões de terapia para entender melhor o que sinto sobre isso... Mas nada de sofrer antecipadamente!

Considerações Iniciais

Não sei o motivo pelo qual isso acontece, mas, ao longo da vida, deixamos de fazer coisas que nos dão prazer e alegram nossa alma... No meu caso, me refiro à escrita.
Arrisquei-me, ainda bem pequena, em versos ingênuos e infantis que eu me atrevia a chamar de poesias. Depois, lembro-me de derramar minhas emoções e pensamentos em brancas folhas de papel de meu diário. A adolescência é terreno fértil para tal hábito.
Um pouco mais crescida, abandonados os diários e as tintas coloridas, compartilhei algumas reflexões, a que eu chamava de crônicas, com o teclado e a tela do computador.
Bem mais crescida, volta e meia, quando já não podia mais aguentar, escrevia algumas linhas, livres, leves e soltas, na agenda, aquela mesma que pontuava afazeres e contas a pagar...
Por algum motivo, há muito tempo eu não escrevia... Pelo menos não para falar de questionamentos que me cercam ou simplesmente para dividir com o mundo minhas impressões e opiniões da forma como pretendo fazer através desse blog.
O objetivo aqui, além de satisfazer o desejo de escrever que me consome (de forma egoísta, não nego), além, é claro, de demonstrar o quanto sou moderna (afinal, é um blog!), é tratar dos mais diversos temas e assuntos, sem nenhum critério rígido estabelecido, dando vazão apenas à emoção e à razão (será que, em algum momento, essas duas andam juntas?), e compartilhar com as pessoas amigas e queridas e com quem mais quiser ler e acompanhar o que for escrito.
Portanto, feitas as considerações iniciais, mãos à obra!