domingo, 15 de março de 2009

Justiça Cega

A expressão "a justiça é cega" é de uso comum entre os cidadãos. Cabe ressaltar, portanto, sua origem histórica. Essa expressão surgiu do entendimento de que a justiça é imparcial e, por isso, não pode fazer distinções de qualquer espécie entre os indivíduos.
Como, filosoficamente, a justiça é uma utopia, tornou-se evidente com o passar do tempo e diante de tantas barbaridades presenciadas pela humanidade, que as decisões tomadas pelos órgãos judiciários eram, muitas vezes, injustas. É claro que isso não é surpreendente uma vez que o conceito do que seja justo acarreta diversos significados e interpretações, sendo que o que é considerado justo por uma determinada pessoa, pode não o ser por outra. Além disso, a justiça é operada por seres humanos que, como bem sabemos, não são perfeitos e, portanto, são passíveis de erro.
Outro aspecto a ser considerado é o de que, muito freqüentemente, falhas ou ocorrências técnicas e operacionais comprometem todo o embasamento da causa, ou, ainda, sua própria essência. Para exemplificar, suponhamos que tenha ocorrido a prescrição de determinado crime. Isso não fará com que o crime "desapareça" e nem com que o criminoso torne-se inocente. Ao contrário, o criminoso continuará sendo culpado, apenas não poderá ser julgado e nem condenado.
Diante do exposto, justifica-se o pensamento da sociedade de que a justiça é realmente cega porque comete inúmeras injustiças. Entretanto, devemos lembrar que há diversos casos em que, literalmente, fez-se justiça. E, assim, prosseguir na luta para que, cada vez mais, a justiça torne-se acessível a todos e seus ideiais - obviamente de justiça - sejam alcançados para que, então, possamos afirmar, com orgulho, que a justiça definitivamente não é cega.

Texto escrito em 21/03/2002

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