Cena 1
Jovem casal vai ao shopping fugindo da doméstica conversadeira. Sentam na área de alimentação para tomar um suco.
Mulher: Percebo que estou gostando cada vez menos de interagir com as pessoas. A comunicação é muito melhor quando virtual. Por isso, sou fã de e-mails.
Marido: Estás virando uma misantropa.
Cena 2
Após visitarem algumas lojas e efetuarem algumas compras, o casal resolve almoçar. Na mesma área de alimentação, após ter pedido seu peixe com legumes, a mulher procura uma mesa para sentar-se enquanto o marido se serve no buffet.
No meio do alvoroço, a mulher encontra uma mesa e se senta. Em menos de um minuto, o senhor sentado à mesa ao lado puxa conversa.
Senhor: Nossa, quanto movimento nesse shopping. Primeira vez que venho aqui, mas estou surpreso com o movimento.
A mulher sorri e concorda.
Senhor: Sabes que eu gosto de pescar? Esses dias, fui pescar. Não vais acreditar, pesquei uma tartaruga. Meus amigos perguntaram que tamanho tinha a bicha e eu, muito brincalhão, respondi que era do tamanho de um fusca.
A mulher, que detesta ser indelicada, sorri e murmura qualquer coisa. Nesse momento, apreensiva, torce para que o marido chegue logo com esperança de que ponha fim à conversação.
O marido, enfim, chega, mas o senhor não se intimida e continua conversando. Conta que é motorista profissional, que está aposentado, que gosta de viajar. Narra diversas aventuras da época em que cruzava o estado dirigindo um ônibus de turismo.
A mulher, a essas alturas, já teve que responder ao senhor algumas vezes, sempre sorrindo. O marido também não teve muita escolha e se integrou à conversa. E ambos almoçando enquanto o vizinho conversador tomava calmamente um chopp e contava suas histórias.
Findo o almoço, a mulher o marido se despedem do vizinho de mesa que lhes deseja boas festas. Retribuídos os votos, a mulher e o marido se afastam. A mulher já convencida de que Deus existe e é piadista.
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