sábado, 4 de setembro de 2010

Da Série "Na Cabeceira": Clarissa Pinkola Estés




A dica de hoje é um dos livros que mora na cabeceira de minha cama há anos. É o interessantíssimo Mulheres Que Correm Com os Lobos, de Clarissa Pinkola Estés.

Estés (27 de janeiro de 1945) é uma psicóloga americana de descendência mexicana, cresceu numa zona rural próxima dos famosos Grandes Lagos. De formação junguiana, com aproximadamente 40 anos de prática clínica, escreveu muitos livros traduzidos para 39 idiomas. Mulheres Que Correm Com os Lobos permaneceu por 145 semanas na lista dos mais vendidos do New York Times. E é merecidamente um best seller.

Mulheres Que Correm Com os Lobos, publicado originalmente em 1992, chegou ao Brasil em 1994, através da Editora Rocco. A primeira vez que tive contato com o livro foi em 2006 e, desde então, ele integra a minha biblioteca e, principalmente, a cabeceira. Primeiramente, um exemplar me foi emprestado pela minha tia-amiga-irmã Denise, que havia sido presenteada e havia gostado muito da leitura. Comecei a devorar as páginas e fiquei com o exemplar dela por três anos, quando, então e enfim, comprei o meu próprio exemplar. É uma leitura densa, profunda. Um livro para ser lido, relido, digerido. Um livro para se consultar volta e meia. Um livro indispensável.

Do estudo e observação dos lobos, Estés percebeu várias semelhanças entre a loba e a mulher. Esse instinto feminino, a que ela chama de Mulher Selvagem, foi sendo domesticado ao longo dos anos. Estés propõe, através da interpretação de 19 lendas e histórias antigas, especialmente de tradição oral latina e européia, a identificação e dissecação do arquétipo da Mulher Selvagem ou a essência da alma feminina, sua psique instintiva mais profunda, percorrendo o universo feminino com maestria, investigando o esmagamento da natureza instintiva feminina e o sufocamento de seu potencial criativo, e convidando ao resgate dessa ancestralidade, através de escavações que chama de "psíquico-arqueológicas", como forma de atingir a verdadeira libertação.

Para Estés, a Mulher Selvagem é aquela que respeita os seus ciclos de vida, o seu primitivismo, a sua espiritualidade, enfrentando os seus medos e sobrevivendo às fantasias que lhe são imputadas, dando vida, voz e cor ao seu "self" e libertando sua percepção e criatividade. Como eu disse, é uma leitura densa, mas gratificante. Não a abandone caso você não se sinta pronto: respire, aguarde e retome em outra ocasião.

P.S.: Vale dizer que não é um livro exclusivamente feminino, os leitores masculinos são bem-vindos e poderão fazer bom proveito do seu conteúdo.  ;)





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