quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Post it: José Saramago

 

 

"O egoísmo pessoal, o comodismo, a falta de generosidade, as pequenas covardias do cotidiano, tudo isso contribui para essa perniciosa forma de cegueira mental que consiste em estar no mundo e não ver o mundo, ou só ver dele o que, em cada momento, for suscetível de servir os nossos interesses."

José Saramago, 2009

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Reflexão Natalina

Esse ano, me libertei! Não decorei a casa para o Natal, não organizei a festa da família. E quem me conhece sabe o quão libertador isso significa. Sim, pois eu sempre adorei o Natal, sempre decorei todas as peças da casa e sempre organizei a festa de Natal. Porém, esse ano, por algum motivo que não sei explicar e nem procurei entender, eu simplesmente não fiz a menor questão de nada disso. Simplesmente não estava com o famoso espírito natalino.

Que a data se tornou extremamente comercial todos já sabemos. Porém o que sempre me toca nessa época é o fato de todos pararem por um momento e refletirem e valorizarem o que realmente importa nessa vida. E, para mim, é estar com quem se ama. Seja em presença física, seja em espírito ou em pensamento. Essa minha tradição foi preservada, mesmo sem pinheiro montado, mesmo sem peru na ceia. Estive fisicamente com os familiares amados com quem pude estar; estive em pensamento com todos os familiares e amigos queridos que estavam fisicamente distantes e estive em espírito com os familiares e amigos que já deixaram a vida terrena. Abracei a todos, dediquei meu carinho.

Acho curioso que a vida vai mesmo nos mudando, nos moldando, embora certas coisas jamais se modifiquem.

Creio que não é o fato de emitir as palavras “Feliz Natal” que dê valor a qualquer coisa. O que importa é o que sentimos. É a minha forma de encarar a vida. Trato a “religião” assim. Grifo a palavra religião com aspas porque não sei bem ao certo em qual delas acredito. Acho que acredito na minha religião, na natureza, em energia. Não importa a qual santo se venera, em qual templo se pisa ou se ora. Não importa nem se há santo ou templo. O que importa é o que sentimos e quais são nossas ações pela vida. Praticar o bem. Isso é o que importa. Praticar o bem para mim, para o outro, para a natureza, para o mundo. Essa é a minha religião, creio.

Portanto, amigos, me perdoem se não telefonei ou se não escrevi desejando “Boas Festas”, pois lancei meus votos ao universo mirando cada um de vocês e sei que os bons ventos se encarregaram de levá-los até os seus destinos. Pois o que realmente importa é que, em meu coração e em minha alma, desejei todo o melhor a todos vocês, como sempre faço.

Espero que todos tenham desfrutado do Natal valorizando tudo o que lhes é mais valioso. E que essa valorização possa ocorrer ao longo de cada dia do ano que se aproxima. Que venha 2013!

domingo, 23 de dezembro de 2012

Beleza em todas as formas

Um dos projetos mais bacanas de 2012 é o Apartamento 302, trabalho de uma beleza ímpar da autoria do fotógrafo brasileiro Jorge Bispo.

Jorge Bispo é carioca, formado em Artes Plásticas pela UFRJ, professor da Escola de Fotografia do Ateliê da Imagem e trabalha com retratos, ensaios, moda e publicidade. Bispo cresceu cercado pela arte, pois vem de uma família de atores e diretores de teatro, e começou a despertar o gosto pela fotografia ainda na adolescência.

O projeto Apartamento 302 consiste em fotografar mulheres comuns nuas. O cenário é clean, composto somente pelas paredes de um apartamento. Nada de corpos perfeitos, nada de celebridades, apenas a beleza real, verdadeira, crua.

É um trabalho belíssimo, revelador e libertador, pois nos mostra que há beleza em todas as formas. Toda mulher é bela. É um trabalho poético. Vemos mulheres distantes do cruel padrão de beleza imposto pela mídia, pela sociedade, orgulhosas de seus corpos, felizes, exibindo sorrisos lindos. E percebemos que a beleza não pode ser rotulada, que se manifesta em todas as formas e em todos os tamanhos, sejam grandes ou pequenos.

Parabéns a Jorge Bispo pelo seu belo trabalho e a todas as suas modelos, mulheres belas e corajosas!

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Trabalho semelhante realiza o casal de fotógrafos norte americanos Matt Blum e Katy Kessler com seu The Nu Project. Blum e Kessler rodam ao mundo fotografando mulheres comuns nuas. O conceito é o mesmo do projeto de Bispo, porém o cenário contém mais elementos e as fotografias podem ser coloridas ou em preto e branco. Já houve uma edição do projeto no Brasil realizada em outubro desse ano. A idéia dos fotógrafos é lançar um livro com essas imagens. A beleza, a poesia e a importância do The Nu Project merece os mesmos elogios e comentários feitos ao Apartamento 302.

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Façam um passeio pela galeria de imagens de ambos os projetos e se encantem com a beleza democrática e corajosa dessas mulheres. E vamos torcer para que existam cada vez mais iniciativas como essas. Que cada vez mais as mulheres possam se libertar dos padrões cruéis que lhe são impostos e possam ser capazes de se amar exatamente como são.

Parabéns aos fotógrafos que nutrem a auto estima e o amor próprio dessas mulheres fazendo com que se orgulhem de suas formas, sejam pequenas ou grandes, e se sintam belas! O mundo agradece pela oportunidade de exercer um olhar mais benevolente para as diferenças e pela oportunidade de entendimento e compreensão da beleza real.

A beleza existe em todas as formas!

 

Todos os direitos das imagens reservados aos fotógrafos Jorge Bispo, Matt Blum e Katy Kessler.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Deus existe e é piadista

Cena 1

Jovem casal vai ao shopping fugindo da doméstica conversadeira. Sentam na área de alimentação para tomar um suco.

Mulher: Percebo que estou gostando cada vez menos de interagir com as pessoas. A comunicação é muito melhor quando virtual. Por isso, sou fã de e-mails.

Marido: Estás virando uma misantropa.

Cena 2

Após visitarem algumas lojas e efetuarem algumas compras, o casal resolve almoçar. Na mesma área de alimentação, após ter pedido seu peixe com legumes, a mulher procura uma mesa para sentar-se enquanto o marido se serve no buffet.

No meio do alvoroço, a mulher encontra uma mesa e se senta. Em menos de um minuto, o senhor sentado à mesa ao lado puxa conversa.

Senhor: Nossa, quanto movimento nesse shopping. Primeira vez que venho aqui, mas estou surpreso com o movimento.

A mulher sorri e concorda.

Senhor: Sabes que eu gosto de pescar? Esses dias, fui pescar. Não vais acreditar, pesquei uma tartaruga. Meus amigos perguntaram que tamanho tinha a bicha e eu, muito brincalhão, respondi que era do tamanho de um fusca.

A mulher, que detesta ser indelicada, sorri e murmura qualquer coisa. Nesse momento, apreensiva, torce para que o marido chegue logo com esperança de que ponha fim à conversação.

O marido, enfim, chega, mas o senhor não se intimida e continua conversando. Conta que é motorista profissional, que está aposentado, que gosta de viajar. Narra diversas aventuras da época em que cruzava o estado dirigindo um ônibus de turismo.

A mulher, a essas alturas, já teve que responder ao senhor algumas vezes, sempre sorrindo. O marido também não teve muita escolha e se integrou à conversa. E ambos almoçando enquanto o vizinho conversador tomava calmamente um chopp e contava suas histórias.

Findo o almoço, a mulher o marido se despedem do vizinho de mesa que lhes deseja boas festas. Retribuídos os votos, a mulher e o marido se afastam. A mulher já convencida de que Deus existe e é piadista.

Teu nome está em todas as ruas

Teus olhos, em todas as faces

Tuas palavras invadem meus ouvidos

Já nem sei mais onde estou

Me fazes perder todos os sentidos

 

Buenos Aires, 18 de junho de 2012 (04h44m)

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Na Cabeceira: Eduardo Galeano

Entre os livros que estão habitando a minha cabeceira ultimamente, está o “Mulheres”, de Eduardo Galeano, da coleção L&PM Pocket.

Compartilho um dos textos do livro que me tocou pela beleza e sensibilidade.

 

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“Conversamos, comemos, fumamos, caminhamos, trabalhamos juntos, maneiras de fazer o amor sem entrar-se, e os corpos vão se chamando enquanto viaja o dia rumo à noite.

Escutamos a passagem do último trem. Badaladas no sino da igreja. É meia-noite.

Nosso trenzinho próprio desliza e voa, anda que te anda pelos ares e pelos mundos, e depois vem a manhã e o aroma anuncia o café saboroso, fumegante, recém feito. De sua cara sai uma luz limpa e seu corpo cheira a molhadezas.

Começa o dia.

Contamos as horas que nos separam da noite que vem. Então, faremos o amor, o tristecídio.”

 

Para inventar o mundo cada dia – Eduardo Galeano

quinta-feira, 26 de julho de 2012

De adeus, de saudades, de amor e de gratidão

Eu já compartilhei a minha dificuldade, incapacidade, inabilidade para dizer adeus (aqui): não aprendi e possivelmente jamais aprenda.

A minha primeira perda, do meu avô paterno, em outubro do ano passado, foi bastante difícil. Doeu, mas, é claro, acabei sobrevivendo. Todos nós sofremos, lamentamos, mas sobrevivemos, não é mesmo?

Sábado passado, dia 21 de julho, sofri mais uma perda: minha avó paterna. Nove meses após perder o marido, seu companheiro de 67 (sessenta e sete) anos de vida conjugal, minha avó Diva não resistiu e nos deixou. Uma perda inesperada, pois no dia 08 de julho, no aniversário da minha irmã caçula, estivemos todos juntos, eu a servi a repetição do bolo e ela estava bem. Tinha suas dores, especialmente suas feridas emocionais, sobre as quais nos confidenciou, mas estava bem. Tinha problemas de saúde, decorrentes da idade avançada de 82 anos, a pressão estava elevada, mas vinha sendo medicada e estava sob controle, tanto que não foi esse o motivo de sua partida. Foi o coração que fraquejou e não resistiu.

No meio da minha dor, da minha total falta de aceitação, a vida me lembrou novamente de que não somos nada. Não importa o que façamos nessa vida, que pretensões tenhamos, o que possamos construir, o fim chega para todos nós inevitavelmente. A morte é uma visita indesejada da qual ninguém pode fugir.

Eu agradeço todas as boas lembranças que tenho da minha avó e do meu avô paterno, especialmente dos domingos da minha infância em São Leopoldo. Tenho um pedacinho de cada um deles dentro de mim e sempre os levarei no meu coração. Agradeço ter convivido mais com a minha avó nos últimos tempos e ter tido a oportunidade de abraçá-la, beijá-la, oferecer a ela um singelo pedaço de bolo poucos dias antes de sua partida. Tudo o que eu gostaria é que ela não tivesse deixado esse mundo com as dores que trazia no seu coração, pois ela não era merecedora delas. Infelizmente, não podemos proteger as pessoas que amamos de suas dores, da brutalidade do mundo e da vida, da indelicadeza de outros seres humanos. Se eu pudesse, teria feito.

Hoje é dia dos avós e eu tenho dois no céu e dois na terra. E os amo muito. Lamento por ter convivido menos com os meus avós paternos devido ao fluxo da vida e a morarem em outra cidade, mas sempre os amei e respeitei. E hoje eles são os meus anjos no céu. Meus avós maternos, que me criaram e que são como pai e mãe para mim (sou muito sortuda por ter tido dois pais e duas mães nessa vida!), são meus dois anjos na terra. Minha homenagem hoje é para todos eles, mas especialmente para os meus anjos no céu que deixaram saudades.

Os anjos no céu devem estar encantados. Meu avô Arnaldo certamente está cantando e minha avó Diva está espalhando toda a sua doçura!

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Enquanto isso, eu sigo aqui, tendo ainda o privilégio de desfrutar da companhia e sabedoria dos meus avós maternos, Gezerino e Erciliany, ao que sou profundamente grata.

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Vou lambendo as minhas feridas, tratando as minhas dores, e também celebrando a vida, sentindo alegria e gratidão a cada novo dia, tentando oferecer sempre o melhor de mim, pois nunca sabemos quando teremos que dizer adeus…

Arnaldo e Diva, Gezerino e Erciliany, sou muito agradecida por ter a honra de ser neta de vocês.

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E, disso tudo, resta a questão filosófica: é a morte que dá sentido à vida ou é a morte que tira todo o sentido da vida?

sábado, 21 de abril de 2012

Na Vitrola: Cristina Branco

Depois de ouvir Coeur de Pirata na manhã desse sábado, passei ao fado. Eis uma bela viagem cultural, não?

Apesar de gostar muito do grupo Madredeus e da maravilhosa Teresa Salgueiro, minha escolhida foi Cristina Branco. A portuguesa que completa 40 anos em 2012 cantou pela primeira vez, de brincadeira, num jantar de amigos e não se considera fadista. Sua carreira teve início na Holanda, quando, durante uma série de concertos, gravou seu primeiro álbum em 1996. Apesar de ter sido a Holanda que lhe abriu as portas para o sucesso, Cristina logo se tornou conhecida mundo afora.

Em 2011, a cantora lançou seu décimo-segundo álbum, Não há só tangos em Paris, que é uma delícia de se ouvir. Ainda não consegui ouvir toda a discografia, mas pelo pouco que já ouvi, Cristina Branco está aprovadíssima. Carismática, versátil e dona de uma bela voz, passeia por culturas, estilos musicais e idiomas só para o nosso deleite.

Compartilho aqui a música título de seu último trabalho: Não há só tangos em Paris.

Gostou? Confira mais aqui.

Na Vitrola: Coeur De Pirate

Béatrice Martin, canadense de 22 anos, adotou o nome artístico de Coeur De Pirate para nos encantar com sua doce e melodiosa voz. Seu primeiro álbum, também chamado Coeur De Pirate, foi lançado em 2008 e é o que anda rolando na minha vitrola. Em 2011, foi lançado o segundo álbum da canadense, Blonde.

Desejando um excelente final de semana a todos nós, deixo aqui Comme Des Enfants, música gracinha da Coeur De Pirate! (O clip oficial é muito gracinha também!)

Para saber mais, visite o site oficial da cantora clicando aqui.

sábado, 14 de abril de 2012

Strike a pose!

William Klein nasceu em 19 de abril 1928 em New York City. Apesar de ter estudado sociologia, tornou-se um fotógrafo renomado e também produtor de filmes.

Klein, cuja família tem origem judaica, se juntou ao exército americano e serviu na Alemanha e na França durante a Segunda Guerra. Quando foi dispensado, em 1948, acabou por se estabelecer na França e estudou pintura abstrata e escultura na Sorbonne. Em 1952, teve duas exposições de sucesso em Milão. Conheceu, em uma de suas exposições de escultura, Alexander Liberman, diretor de arte da Vogue, para a qual fotografou entre 1954 a 1966.

Em 1966, dirigiu seu primeiro filme chamado Who Are You, Polly Maggo?, art movie que retrata o mundo da moda e seus excessos satirizando-o, e, desde então, dirigiu muitos outros, incluindo o documentário Muhammad Ali: The Greatest, de 1969. Como produtor de filmes, sua especialidade são os documentários. Klein também dirigiu mais de 250 comerciais de televisão.

Como fotógrafo, Klein é notável, especialmente por se utilizar de técnicas fotográficas não usuais e se especializou em fotojornalismo e moda. É considerado o 25º entre os 100 fotógrafos mais influentes do planeta. Além disso, é tido como um dos pais da street photography junto de nomes como o do suíço Robert Frank.

Apesar de não ter estudado fotografia, ganhou seu primeiro prêmio em 1957, o Prix Nadar, por New York, um livro de fotografias tiradas durante um breve retorno a sua cidade natal em 1954.

Em poucos dias, William Klein estará completando 84 anos e merece ser reverenciado pelo seu belíssimo trabalho. Suas fotografias de moda, na grande maioria tiradas para a Vogue, conseguem transformar imagens de consumo em verdadeiras obras de arte. Seu fotojornalismo registra com beleza e verdade o cotidiano da vida em diversas cidades do mundo.

A tagarela que vos fala rende aqui sua pequena homenagem a esse grande fotógrafo, compartilhando algumas belas imagens captadas por suas lentes.

William Klein Anouk Aimee Paris 1961

WK Pont Alexander III Paris 1960WK Times Square Mirror NY Vogue 1962

WK Club Allegro Fortissimo Paris 1990

WK Tatiana Mary Rose and Camels Picnic Morocco 1958

 

Guia de Imagens:

1. Anouk Aimee, Paris, 1961

2. Pont Alexander III, Paris, 1960

3. Times Square Mirror, New York, 1962

4. Club Allegro Fortissimo, Paris, 1990

5. Tatiana, Mary Rose and Camels, Morocco, 1958

Fonte: Wikipedia e Jackson Fine Art

terça-feira, 10 de abril de 2012

Releituras ou A Cirurgia Plástica Artística

Ainda pesquisando o tema tratado aqui, descobri um trabalho muito interessante de autoria de uma artista italiana chamada Anna Utopia Giordano.

Anna Utopia Giordano colocou dez das mais famosas Vênus da história da arte em dieta forçada para demonstrar a insanidade dos padrões de beleza que exigem corpos esquálidos. E, utilizando o Photoshop, realizou algumas cirurgias plásticas artísticas nas obras.

O resultado você confere nas imagens abaixo (clique nas imagens para ampliar).

1. Alexandre Cabanel – The Birth of Venus (1875)

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2. Artemisia Gentileschi – Venere Dormiente/The Sleeping Venus (1625-30)

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3. William-Adolph Bouguereau – The Birth of Venus (1879)

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4. Agnolo Bronzino – Venus, Cupid, Folly and Time (1545)

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5. Jean-Auguste-Dominique Ingres – Venus (1848)

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6. Tiziano – Venere di Urbino (1538)

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7. Velasquez – Rokeby Venus (1649-51)

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8. Richard Westall – The Power of Venus

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9. Francesco Hayez – Venus (1830)

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10. Sandro Botticelli – La Nascita di Venere (1486)

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Fantástico! Fiquei imaginado o que a cirurgia plástica artística faria pelas Três Graças de Peter Paul Rubens, pintada em 1639, obra que eu adoro. Mas, certamente, elas não seriam as Três Graças se fossem esquálidas…

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Como eu já disse antes, não se trata de um culto à gordura ou à obesidade, mas sim de uma crítica a um padrão irreal e insano de beleza que pode levar meninas e mulheres a doenças sérias como a anorexia. E também de fazer as pessoas refletirem, pois não há um único padrão de beleza e não é somente o magro excessivo que é bonito. Além disso, é uma discussão importante para liberar as mulheres com peso saudável, ou mesmo as mulheres gordas ou plus size, da discriminação e do preconceito que sofrem. Lembrando que, muitas vezes, o preconceito começa internamente na medida em que a própria mulher não se aceita e não se ama. Portanto, nunca é demais lembrar que o bonito é ter substância (corporal e intelectual) independente do tamanho que você vista.

E, por favor, não mexam nas Três Graças, ok?

 

Fonte: Vogue Itália

sábado, 7 de abril de 2012

Afinal, o que há de errado com os nossos corpos?

As imagens que mostrarei e o tema sobre o qual falarei não são nenhuma novidade (a reportagem oficial foi publicada em janeiro de 2012). No entanto, o assunto é sempre atual. E, como existe muito preconceito (que é um dos maiores males da humanidade), é preciso sempre provocar o debate e a reflexão. E é exatamente esse o objetivo da matéria publicada pela Plus Model Magazine.
Além das belas e chocantes imagens, protagonizadas pela modelo plus size Katya Zharkova, a revista traz fatos igualmente chocantes. Há vinte anos, as modelos pesavam cerca de 8% a menos do que as mulheres comuns. Atualmente, as modelos pesam cerca de 23% a menos. Muitas das modelos de sucesso possuem índices corporais que as enquadram como anoréxicas. Esse é um dado muito sério. Anorexia é uma doença horrível e muito grave. Como podem as mulheres perseguirem esse ideal de beleza?
Há dez anos, modelos consideradas plus size vestiam os tamanhos 40 a 46. Atualmente, as modelos plus size que trabalham para as agências publicitárias vestem tamanhos que vão de 34 a 42. Logo, para ser considerada magra, ou dentro dos cruéis padrões de beleza impostos, a mulher deve vestir um tamanho menor do que 34. Há alguma lógica ou racionalidade nisso?
Cinqüenta por cento das mulheres vestem tamanhos 42 ou maiores, mas a maioria das lojas comercializa tamanhos 42 ou menores. Isso nos faz concluir que há um abismo entre o que se idealiza e a realidade, o que é muito triste.
Se a sociedade continuar a ignorar esses fatos, a mudança nunca ocorrerá. E não basta dizer que essa insanidade é imposta somente pela indústria da moda ou pela mídia, pois todos somos responsáveis. Portanto, todos temos que refletir sobre a questão e tomar atitudes que demonstrem o nosso descontentamento e insatisfação com tamanha loucura.
Não se trata de fazer um culto à gordura, a questão não é essa. O que é imperioso que se faça é combater o culto à extrema magreza. Modelos cadavéricas, ao estilo pele e ossos, não têm absolutamente nada de bonito.
Bonito é ter substância (corporal e intelectual), independente do tamanho que você vista, e se aceitar. Quem se ama, se cuida e isso não tem absolutamente nenhuma relação com os ponteiros da balança.
Liberte-se da lavagem cerebral e do preconceito. Não tem nada de errado em vestir 40, 42, 44, 46, ou qualquer que seja o seu tamanho. Apenas cuide da sua saúde física e mental. E seja feliz!
Para quem entende inglês, sugiro a leitura da reportagem completa (leia aqui). Porém, mesmo que você não entenda inglês, as imagens falam por si.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Hilda, de Duane Bryers

Duane Bryers nasceu numa fazenda em Michigan em 1911. Em 1923, Bryers se mudou com sua família para outra fazenda na Virginia.

Bryers começou a desenhar com cinco anos de idade. Em 1936, pintou um mural para a sua escola com 30 metros de largura e 3 metros de altura que acabou se tornando um tesouro cultural do estado de Minnesota. Esse mural o fez ser descoberto e possibilitou sua mudança para Nova Iorque, onde se tornou um respeitado e bem sucedido artista.

A personagem Hilda, belíssima pin up plus size, foi criada por Bryers para ilustrar calendários da Brown & Bigelow, editora de Minnesota. Pinturas da personagem foram produzidas entre 1957 até o início dos anos 80. Algumas vezes, Bryers se utilizava de modelos plus size, mas, na maioria das vezes, o artista não utilizava nenhuma modelo.

Não encontrei nenhuma informação acerca da morte de Bryers; portanto, suponho que continue vivo. Em sendo assim, estaria com 101 anos, outro fato interessante sobre esse homem imensamente talentoso cuja obra me conquistou e encantou.

Hilda é uma personagem bela, simpática e muito sedutora. Nos faz lembrar que não é preciso ser magérrima para ser sensual. Aliás, Hilda apoia nosso desejo de exterminar a ditadura da magreza que faz com que mulheres terminem neuróticas e, muitas vezes, doentes (a anorexia pode ser fatal), perdendo todo seu brilho e beleza.

Com vocês, Hilda, de Bryers! Ambos possuem minha profunda admiração.

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Todos os direitos autorais reservados à Duane Bryers.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Amor para sempre!

Belíssimo o trabalho da fotógrafa americana Lauren Fleishman. De uma delicadeza comovente, as fotos retratam casais americanos cujo amor sobreviveu ao teste do tempo. Os casais retratados estão juntos há mais de 50 anos.

A fotógrafa descobriu, após a morte de seu avô, várias cartas de amor escritas por ele para sua avó com quem foi casado por mais de 50 anos. E assim nascia o projeto denominado Love Ever After que, como define sua autora, pretende ser uma série fotográfica de cartas de amor.

Descobri o projeto através do twitter de Martha Stewart Weddings e me apaixonei. São momentos como esse que nos mostram que, apesar dos pesares e de todas as dificuldades que a vida possa apresentar, no final, tudo vale a pena.

Então, para esquecer esse burburinho de Carnaval, nada melhor do que apreciar essas belas imagens!

Divulguem e ajudem o projeto a ser publicado em formato de livro.

Fonte do vídeo: http://www.kickstarter.com/projects/laurenfleishman/love-ever-after

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Aventuras cinematográficas

Hoje, vou abandonar um pouco os livros para falar sobre o que tenho assistido ultimamente. Afinal, minha paixão por filmes é equivalente àquela pelos livros.

No mês passado, assisti com o maridão ao inusitado “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick. Para mim, soou como uma bela divagação filosófico-existencialista. Acredito ter compreendido uma ou outra mensagem em alguns momentos do filme, mas confesso que a compreensão do todo me escapou. Talvez porque a película não contenha resposta mesmo, já que cada expectador deve chegar às suas próprias conclusões. Afinal, filosofia e existencialismo podem ser temáticas bastante subjetivas. De qualquer forma, é um filme interessante com uma belíssima fotografia e boa trilha sonora. E, mais importante, um filme que faz pensar, nem que seja para tentar entendê-lo. É cinema arte e, só por isso, já vale. Em suma: na minha opinião, é um filme difícil, porém belo.

Já em férias, quando se intensificam as atividades que amo por motivos óbvios, iniciei uma verdadeira maratona de literatura (já estou lendo o terceiro livro) e cinema. Primeiramente, assisti “Histórias Cruzadas” porque estava curiosa quanto à adaptação cinematográfica de um livro que me encantou, como já contei aqui.

Em seguida, foi a vez do iraniano “A Separação”. Na minha opinião, excelente. É muito interessante perceber uma cultura tão distinta daquela em que vivemos e, ainda assim, compreender que existem questões comuns aos seres humanos independente de sua cultura ou credo. Um filme belíssimo conduzido sutil e delicadamente por Asghar Farhadi. Um filme que espanta e arrebata. E também um filme que nos leva à reflexão (claro que, em se tratando de mim, que reflito sobre qualquer coisa, a afirmação chega a ser redundante…) e não faz juízo de valor, deixando que cada um tire suas conclusões. É também um filme que nos possibilita praticar empatia ao tratar de variadas questões morais. Fiquei pensando que jamais suportaria a vida no Irã (aliás, apenas reforçou uma certeza, pois já pensei a esse respeito algumas vezes), apesar de não ser essa a temática central do filme.

Eis que chegou a vez de um dos meus cineastas favoritos: Almodóvar. “A Pele que Habito” é um típico Almodóvar e, portanto, genial. Em se tratando do mestre, nem me atrevo a tecer maiores comentários, pois quaisquer comentários desmereceriam a trama complexa e a grandiosidade da obra. Ou seja, o filme é maravilhoso, surpreendente, genial e você não deve perder mais nenhum segundo para assisti-lo. Corra! É imperdível!

E eu estava muito curiosa para assistir “O Artista”, do francês Michel Hazanavicius, por ser cinema mudo e em preto e branco. Porém, confesso que não estava com muitas expectativas; afinal, sou uma menina nascida após o advento do cinema falado. E não é que a película me arrebatou? O filme é encantador! Não desgrudei os olhos da tela nem por um segundo. Envolvente, a trama é muito bem conduzida por uma excelente trilha sonora de autoria de Ludovic Bourcesobre e magníficas interpretações de Jean Dujardin e Bérénice Bejo. Sem contar que é sempre bom ver James Cromwell em cena. O filme é mágico! Eu não assisti a todos os concorrentes ao Oscar e nem sou especialista em cinema, mas, para mim, o prêmio de melhor filme já é dele. Consagrar uma obra desse porte perante um público acostumado à uma dinâmica cinematográfica totalmente diferente àquela que o filme propõe já é um grande feito. And the Oscar goes to “The Artist”!

E, hoje à tarde, assisti a “Precisamos falar sobre o Kevin”, adaptação da obra de Lionel Shriver. Primeiramente, devo dizer que estive com esse livro em mãos, mas optei por não comprá-lo por tê-lo considerado muito forte. Sim, a temática é, no mínimo, incômoda. Preciso dizer, ainda, que repousa em minha cabeceira outro título da escritora: “O Mundo Pós-aniversário”, por cuja leitura espero ansiosamente. Voltando ao filme, é preciso ressaltar que a junção de talentos só pode mesmo resultar em um excelente filme. A diretora irlandesa Lynne Ramsay prova todo seu talento e competência ao adaptar para o cinema um livro que a própria escritora considerava praticamente inadaptável. A escolha dos atores também foi minuciosa. Tilda Swinton está magnífica no papel da mãe que tenta, atordoada, compreender. John C. Reilly está perfeito como o pai um pouco tonto e cego como aquele que prefere não enxergar. E a atuação de Ezra Miller, o Kevin, é de arrepiar, chega a dar medo. O filme foi muito bem construído. Fotografia e trilha sonora merecem elogios. Para mim, o filme foi arrebatador, me levou ao desgaste emocional (mas aquele desgaste bom, se é que me entendem). E, sobretudo, é um filme que nos leva a refletir. Será que, de alguma forma, se alguma coisa fosse feita ou dita, o enredo poderia ter sido diferente? Ou será que nada seria capaz de mudar o destino trágico e terrível? Será que, mesmo que uma mãe dê todo o amor do mundo para um filho, ainda assim, corre o risco de criar um psicopata? É possível culpar o distanciamento da relação mãe e filho? O mal nasceu com Kevin e existiria de qualquer forma? Questionamentos, questionamentos, questionamentos e muitas lágrimas. Bem como eu adoro! E eu não sou masoquista, mas acredito que chorar lava a alma.

Bem, por enquanto, são essas as minhas últimas aventuras cinematográficas. Não sou nenhuma crítica de cinema, mas gosto de compartilhar o que considero bom. É quase um dever cívico incentivar a arte e a cultura, ora! Então, escolha o seu filme e corra para o cinema, ou para a locadora.

E lembre-se: não corra para o computador, pois vivemos tempos difíceis… Smiley piscando

 

P.S.: Embora não tenha referido aqui, também recomendo “Meia Noite em Paris”, filme a que assisti há alguns meses. Maravilhoso! Allen é o meu segundo cineasta predileto (o primeiro vocês já sabem que é Almodóvar).

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Inércia criativa

 

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Já faz algum tempo que não consigo escrever… Sinto saudades do tempo em que a produção para os marcadores Tagarelices Poéticas e Tagarelices Literárias era intensa. Já refleti muito sobre os motivos que poderiam estar bloqueando meu processo criativo de escrita. Levantei várias teorias mas não cheguei a nenhuma conclusão.

Uma das minhas teorias é a de que, para mim, é mais fácil escrever sobre dor, sofrimento, desilusão, expectativas ou sonhos ainda não realizados. E, estando em estado de felicidade e harmonia, fica mais difícil, a não ser que o escritor incorpore um personagem amargurado. Porém, incorporar personagens não deveria ser tarefa difícil.

Outra das minhas teorias é a de que a correria cotidiana da vida e os mil afazeres que possuo, bem como uma jornada dupla de trabalho, acabam mesmo bloqueando qualquer possibilidade de relaxar a mente para deixar fluir a escrita poética.

Por fim, outra das minhas teorias é a de que o processo criativo de escrita é assim mesmo: com fases frutíferas e fases de “seca”, pelo menos para mim. E tenho que aprender a lidar com a frustração pessoal dessas fases infrutíferas.

Talvez eu devesse instituir alguma disciplina. Tentar escrever por determinado tempo diariamente, independente do que resultasse. Afinal, já dizia o grande Mário Quintana:

“Eu acho que todos deveriam fazer versos. Ainda que saiam maus, não tem importância. É preferível, para a alma humana, fazer maus versos a não fazer nenhum. O exercício da arte poética representaria, no caso, como que um esforço de auto-superação. É fato consabido que esse refinamento do estilo acaba trazendo necessariamente o refinamento da alma.
Sim, todos devem fazer versos. Contanto que não venham mostrar-me."

Talvez eu devesse me cercar de mais estímulo, mas não vejo como, pois acredito que já tenho estímulo o suficiente em minha vida. Afinal, sou leitora voraz e amante das artes em geral (cinema, música, pintura).

Não tenho pretensões de ser uma grande escritora, mas o fato é que me sinto bem e gratificada quando escrevo e sinto falta da minha vertente poética, pois dela também obtenho prazer. E é por isso que sinto tanta falta desses momentos de total entrega a mim mesma, de desvelar minha alma e me desnudar.

Bem, só me resta aguardar pelo retorno da minha criatividade poética (pois a minha criatividade em outras áreas continua bem viva), se é que acontecerá. E, talvez, tentar trabalhar nisso não faça mal, pois trabalhamos para alcançar todas as nossas metas nessa vida, não é mesmo?

 

P.S.: Você já visitou os marcadores Tagarelices Poéticas e Tagarelices Literárias do blog? Passa lá!

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Na cabeceira: Marina

Hoje, terminei de ler “Marina”, do escritor espanhol Carlos Ruiz Zafón. O interesse pelo autor me foi despertado quando li “O tempo entre costuras”, maravilhoso livro de Maria Dueñas (e um dos meus prediletos, saiba mais aqui). Dueñas era referenciada como Zafón de saias e, então, como me apaixonei pelo estilo dela, imaginei que gostaria de Zafón, autor que nunca havia lido.

Zafón é autor de dois livros badalados: “A Sombra do Vento” e “O Jogo do Anjo”, mas eu não queria iniciar com nada badalado. Assim, numa visita à livraria (um dos meus programas favoritos), escolhi “Marina”, atraída pela frase contida na capa e por um trecho na contracapa, mas nada sabia acerca do livro.

Ao terminar a leitura, conclui que não consegui formar opinião sobre o livro. Talvez porque eu tenha criado muita expectativa. Talvez porque eu não soubesse que se tratava de uma obra direcionada ao público infanto-juvenil, mas que, de acordo com o autor, também se aplica ao público adulto.

Não posso negar, no entanto, que o estilo de Zafón é interessante e atrativo. Há questões interessantes no livro. Há sutileza no tratamento das relações humanas. Porém, creio que o que me decepcionou, por assim dizer, foi uma determinada parte fantástica da história, uma fantasia à beira da irrealidade. Entretanto, sabendo que o público alvo da obra poderia muito bem ser envolvido pela fantasia construída, eu deveria relevar. E também não dá para negar uma certa metáfora nessa alegoria… Enfim, como disse antes, meus sentimentos em relação ao livro são muito controversos. Realmente não consegui formar uma opinião. Em alguns momentos, fui tocada, mas em outros achei tudo muito surreal, apesar de não poder negar ter ficado envolvida de certa forma pelo suspense. A solução, creio, será dar nova chance a Zafón. Basta escolher a próxima obra. Alguma sugestão?

 

PS: Agora, devo iniciar a leitura de “A Elegância do Ouriço”, de Muriel Barbery. Mal posso esperar!!! Quer saber mais? Leia aqui. Depois eu conto as minhas impressões.

Na cabeceira: A Resposta

a-resposta

Engraçado como tudo tem que ser a seu tempo nessa vida. Ganhei “A Resposta”, da escritora americana Kathryn Stockett, no Natal de 2010 de presente do maridão, mas, por algum motivo, ainda não o havia lido, apesar de eu mesma tê-lo pedido de presente por ter me interessado pelo tema. Acho que eu não estava preparada para essa história. Aliás, essa é uma grande verdade: às vezes, não estamos preparados para algum livro e a leitura simplesmente não flui. No caso de “A Resposta”, eu sequer havia tentado.

O livro estava no meu criado mudo desde o Natal de 2010, junto com outros tantos, os que estavam sendo lidos e os que estavam na fila de espera para leitura. Eis que, no mês passado, devido a problemas de saúde, uma licença médica me fez ficar uns dias em casa. Foi então que olhei para “A Resposta” e me senti pronta. Comecei a leitura e fui devorando página por página sem conseguir largar. E assim quase 600 páginas foram lidas em dois ou três dias.

“A Resposta” me emocionou, me fez rir, me fez chorar, me fez refletir, me indignou. Como o ser humano pode ser tão mesquinho, tão pobre, tão baixo? Como pode haver tanto preconceito no mundo? Sim, verbo no presente. A história se passa nos Estados Unidos, na década de 60, no Mississippi, mas, infelizmente, ainda hoje há resquícios daquele mesmo velho e nojento preconceito em nosso mundo, resquícios da tenebrosa segregação racial. Em escala bem menor, é verdade, mas há. Afinal, ainda hoje a cor da pele define o tamanho do salário. Ainda hoje vemos poucos negros nas faculdades, nas empresas e assim por diante.

Kathryn Stockett conseguiu escrever sobre um tema tão delicado de forma leve, sincera e humana; conseguiu mostrar, sem pieguice, que o amor triunfa sobre a dor, humilhações, injustiças, sobre o mal. Conseguiu mostrar as contradições e futilidades de uma época em que os negros não podiam utilizar o mesmo banheiro que os brancos e em que uma mulher nada valia se não tivesse um marido.

Skeeter, a jovem branca que desafiou todas as regras para defender aquilo em que acreditava, Aibellen e Minny, duas empregadas negras com histórias fantásticas para contar, são as três personagens principais do livro e são adoráveis. Porém, outra personagem, não menos importante e adorável, me cativou muito: Celia, pela ingenuidade, inocência e bondade.

O livro traz também referências históricas, como o assassinato do ativista negro Medgar Evers em 1963. O Mississippi, um dos estados americanos mais conservadores, possuía forte segregação racial. Negros não podiam frequentar os mesmos lugares que os brancos, tudo era separado: banheiros, escolas, bibliotecas e até os assentos nos ônibus. Negros eram espancados e assassinatos se ousassem se opor às regras sociais estabelecidas. A década de 60 foi também a época em que se fortaleceu a luta pela igualdade dos direitos civis com Martin Luther King e James Meredith se tornava o primeiro negro a ser admitido em uma faculdade. Nesse ambiente de tensão social, Stockett narra com delicadeza o que significava ser uma empregada negra no Mississippi, todas as dificuldades, todas as contradições. Mulheres que eram constantemente humilhadas, menosprezadas e que, ao mesmo tempo, criavam os filhos de suas patroas brancas com muito amor, mesmo sabendo que seria questão de tempo para que o preconceito também os dominasse.

Há pouco, soube que o livro havia sido adaptado para o cinema pelo diretor Tate Taylor, concorrendo inclusive ao Oscar (melhor filme, melhor atriz e melhor atriz coadjuvante). Todos somos sabedores de que dificilmente um filme faz jus ao livro que lhe deu origem. Além disso, li uma crítica não muito favorável à adaptação cinematográfica, mas, ainda assim, estava bastante curiosa para assistir ao filme, o que acabei de fazer. Concordo que o livro é muito superior ao filme. Notei pequenas alterações, mas nada que comprometa o todo. Em suma, gostei do filme, há boas interpretações e a reconstrução do cenário e da época me pareceu fidedigna, mas o livro é muito melhor.

Recomendo a leitura do livro, mas, caso você não seja afoito à literatura, pelo menos assista ao filme. Vale a pena.

Que tal dar uma olhada no trailer oficial do filme que no Brasil recebeu o título de “Histórias Cruzadas”?

Fonte do vídeo: Youtube

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Na Vitrola - Rumer

Rumer, nome profissional da paquistanesa radicada em Londres, Sarah Joyce, tem voz doce e melodiosa e vem sendo comparada com a saudosa Karen Carpenter. Rumer, além de cantar, também compõe.

Patrocinada por nomes como Burt Bacharach e Elton John, recebeu duas indicações para o Brit Awards em 2011. Seu primeiro (e, por enquanto, único) álbum, Seasons of My Soul, foi lançado em 2010 pela Atlantic Records.

A mim, Rumer já conquistou. E a você? Confere aí!

Fonte do vídeo (e para conhecer outras músicas de Rumer): Youtube

P.S.: O maridão ouviu, gostou, mas disse que não concorda que ela se pareça com a Karen Carpenter. Ok, ok… Dannes apenas referiu o que a crítica vem dizendo a respeito de Rumer.

2012 – Meu planejamento estratégico!

Sim, as famosas resoluções para 2012. Eu já participei de muitos rituais desse tipo. Por exemplo, escrever tudo que se gostaria de mandar embora junto com o ano velho e queimar o papel, liberando as energias; fazer uma lista de desejos para o novo ano, guardar e somente abri-la na próxima virada de ano; pendurar desejos em uma árvore… Até perdi a conta. Porém, a verdade é que a maioria das coisas dependem somente de nós, da nossa força de vontade, da nossa disciplina, da nossa determinação, da nossa persistência.

Há também outra questão. Seguimos planos o tempo todo, em várias áreas da nossa vida. Fazemos planejamentos. Se queremos viajar, nos organizamos, planejamos, guardamos dinheiro, até realizarmos o sonho, não é mesmo? Se queremos melhorar as finanças, fazemos um controle rígido de tudo que entra (receita) e de tudo que sai (despesa), até encontrarmos o “furo” e, assim, colocamos tudo em ordem. Se queremos emagrecer, a estratégia é a mesma: anotar tudo que se consome para ver onde estamos errando, e anotar também o que gastamos, nossa atividade física. No trabalho também é assim, não é? Seguimos os planejamentos estratégicos de nossas empresas, os planos de ação, para alcançar as metas e indicadores. Então, porque não fazemos o mesmo com a nossa vida pessoal, com os nossos projetos mais íntimos?

Portanto, não tenho resolução para 2012, mas sim um PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PESSOAL 2012, onde enumerei inúmeras das coisas que pretendo realizar durante o ano. E a lista vai de coisas bem simples até projetos maiores. E colocar no papel já me fez um bem danado, me deu foco. Foco me deixa confiante. Confiante, fico motivada. Ou seja, o panorama é muito positivo. E, aos poucos, dia a dia, venho colocando em prática meu planejamento estratégico pessoal. E como me sinto bem e gratificada!

Bem, não vou ficar aqui contando para vocês os quinhentos itens do meu planejamento estratégico, pois seria entediante. Porém, uma coisa preciso ressaltar, pois virou praticamente a minha filosofia de vida. E consiste no seguinte: SIMPLIFICAR, DESCOMPLICAR E PENSAR POSITIVO SEMPRE!

Sim, não podemos mudar, muitas vezes, o que nos acontece, mas podemos escolher como vamos reagir ao que nos acontece e, dessa forma, podemos colocar essa filosofia em prática: simplificando, descomplicando e pensando positivo! Sempre!

Que tal você tentar também?

 

P.S.: Bem, há mais uma coisa a compartilhar. Decidi que no Natal de 2012, a ceia não vai ter peru, nem arroz à grega e nem coisa nenhuma. Quem foi que instituiu esse cardápio? Pratos que demoram horas para ficar prontos quando a vida é tão corrida. Ou pratos que você encomenda e paga absurdamente caro por um punhado de comida. Encomendei um chester recheado e decorado num bistrô onde geralmente almoço com meu marido. Encomendei 4 kg, pois estaríamos em seis pessoas. Paguei antecipado: 268 reais. Para minha surpresa, o chester em si devia ter somente 2 kg (se tivesse!) e o restante era tudo farofa e decoração… Falta de respeito, viu! No natal de 2012, nossa ceia vai ter um bom, belo e gostoso strogonoff! Afinal, Dannes ama quebrar paradigmas!

Smiley piscando

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Na Vitrola - Que tal uma novidade para começar o ano?

Essa postagem foi originalmente publicada em outro dos meus blogs: Orbis Eventos. Porém, o assunto é tão bom que não pude deixar de trazê-lo para o Tagarela! E nem vou justificar a minha ausência por aqui, pois seria um tema extenso e menos interessante, não é mesmo? Então, vamos lá!

Você já ouviu falar do Vitamin String Quartet? Pois deveria! Trata-se de um grupo de músicos de Los Angeles que faz um trabalho muito legal dando uma roupagem clássica para músicas dos mais variados gêneros: rock, pop, country. Para você ter uma idéia, eles já gravaram músicas tão distintas como as de Adele, Red Hot Chilli Peppers, Radiohead, Coldplay e muitos outros. Os álbuns são produzidos pela Vitamin Records e executados basicamente (e evidententemente, como diz o próprio nome do grupo) por um quarteto de cordas, embora outros instrumentos também sejam utilizados. O grupo já soma cerca de 232 álbuns (ou seja, impossível não achar algo de que você goste).

Bem, você deve estar se perguntando porque falei disso lá no blog da Orbis… Muito simples! O repertótio deles é excelente trilha sonora para cerimônias de casamento!

E então, ficou curioso(a)? Confira alguns trabalhos do Vitamin String Quartet.

Yellow - Coldplay

Iris - Goo Goo Dolls (adoro!)

Fonte dos vídeos: Youtube